O veterano jornalista Sylvio Sebastiani, 84 anos de idade, já viu de tudo e conhece o mundo político como poucos. Pelo Facebook, ele coloca em dúvida os objetivos do jornal Gazeta do Povo, que na edição desta terça-feira (7) estampou na capa a seguinte manchete: “Justiça bloqueia R$ 164 mi de deputados e ex-diretores da Alep”.
Para Sebastiani, tem algo errado nisso aí. Segundo ele, que é servidor aposentado da Assembleia Legislativa do Paraná, a Gazeta fez o registro seletivo dos fatos.
“Um trecho da notícia me chamou a atenção: ‘No total, a ação cita dez pessoas que foram funcionários fantasmas da Assembleia entre janeiro de 2000 e março de 2010′”, observa o veterano jornalista, para logo em seguida afirmar que os donos do poder, na época, entre 2000 e 2010, eram Hermas Brandão e Nelson Justus (presidentes); e Nereu Moura e Alexandre Curi (primeiros secretários).
“O deputado Hermas Brandão foi quem obteve maior tempo no poder. Nas compras dos 196 veículos, por exemplo, foi ele e Valdir Rossoni (que era 1!º Secretário) e ambos NàƒO estão, ou não estiveram na TV Globo e Gazeta do Povo de ontem e de hoje. POR QUàŠ?”, questiona Sebastiani, verdadeiro arquivo vivo da política paranaense.
Nos corredores da Assembleia Legislativa, fala-se que a reportagem tem ingredientes de “vingança pessoal” contra o deputado Alexandre Curi (PMDB). O parlamentar é o principal articulador da campanha do colega Fábio Camargo (PTB) à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Camargo é tido como inimigo da família Cunha Pereira, proprietária do grupo RPC/Gazeta do Povo.