‘Beto Richa sabia da influência do primo Luiz Abi na Receita Estadual’

richa_sefa_abiO governador Beto Richa (PSDB) sabia do trânsito livre que seu primo Luiz Abi Antoun tinha dentro da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA). O tucano teria sido alertado várias vezes sobre a desenvoltura do parente no órgão de gestão fiscal e no governo como um todo. A informação exclusiva foi repassada ao Blog do Esmael por um representante de grandes empresas que atuam no estado.

Sob a condição de anonimato, a fonte diz que alertou o governador Beto Richa várias vezes sobre a atuação de seu primo na SEFA e na Coordenação da Receita do Estado (CRE).

Na época, o inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual era o auditor Márcio Albuquerque Lima, colega do governador em corridas de automobilismo, que está foragido da polícia. O primo Luiz Abi não teve a mesma sorte, pois, por uma semana, ficou preso em Londrina sob a acusação de “chefiar a quadrilha”. Acabou solto graças a um habeas corpus do Tribunal de Justiça.

O Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organizado (Gaeco), braço policial do Ministério Público, deverá desencadear nova operação nos próximos dias voltada à cúpula da Receita. Os promotores já teriam um organograma do esquema que supostamente envolveria integrantes do conselho de contribuintes, Paraná Competitivo, diretoria e delegacias regionais da SEFA, bem como escritórios especializados em direito tributário.

Os promotores londrinenses também estariam de olho em um tal “mágico” que teria capacidade de fazer “desaparecer” débitos de empresas com a Receita Estadual.

Em 7 agosto de 2014, durante a campanha pela reeleição, Beto Richa foi homenageado em jantar promovido pelos agentes fazendários da SEFA e do CRE no restaurante Dom Antônio, bairro Santa Felicidade, em Curitiba.

Economia

Segundo um tributarista ouvido pelo Blog do Esmael, a Operação Publicano, que investiga prejuízo que pode ultrapassar R$ 1 bilhão ao governo do estado, o modus operandi da quadrilha que atua na Receita Estadual pode ser muito parecido com aquele desbaratado na Receita Federal, semana passada, pela Operação Zelotes da Polícia Federal.

Na Operação Zelotes, da PF, estima-se em prejuízo de R$ 19 bilhões provocados por bancos e grandes empresas que tiveram suas dívidas apagadas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Na última sexta-feira (27), o Ministério Público bateu à porta do primeiro escalão do governo do estado ao pedir que o Tribunal de Justiça investigue a secretária Dinorah Nogara. Ela é suspeita e integrar o esquema que fraudava licitações em favor de Luiz Abi.

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