Desemprego atinge 12,6 milhões e renda cai; desalento e bico disparam


O desemprego continua atingindo 12,6 milhões de brasileiros, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (30) pelo IBGE. O número de pessoas desalentadas é recorde da série histórica. São 4,8 milhões de pessoas que desistiram de procurar por emprego.

No trimestre encerrado em julho, aumentou o número de trabalhadores no emprego informal,  por conta própria e precarizado (bico), o que levou a redução da taxa de desocupação de 12,5% para 11,8%.

“A melhora na taxa de desemprego está relacionada ao aumento do trabalho informal”, diz o IBGE.

A criação de emprego com carteira de trabalho ficou “estável” no trimestre encerrado em julho. Já o total de empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada bateu novo recorde, atingindo 11,7 milhões de pessoas, o maior contingente da série histórica iniciada em 2012.

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Em relação ao trimestre anterior, o emprego sem carteira aumentou +3,9%, mais 441 mil pessoas no trabalho precário. Em relação ao trimestre encerrado em julho do ano passado, a elevação foi de +5,6%, um adicional de 619 mil pessoas. Tudo dentro dos planos de Bolsonaro de tirar direitos dos trabalhadores e tornar os empregos cada vez mais precários no Brasil.

Economia

O número de trabalhadores por conta própria também bateu recorde: 24,2 milhões de pessoas. O crescimento registrado foi de 1,4% na comparação com o trimestre de fevereiro a abril de 2019. São mais 343 mil pessoas que procuram “bico” para sobreviver à crise e sustentar sua família. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a alta foi de 5,2%, mais 1,2 milhão de brasileiros.

A chamada taxa de subutilização do trabalho atingiu 28,1 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho. Mais 703 mil pessoas na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2018. São os 12,6 milhões de desempregados somados aos 7,3 milhões de trabalhadores que trabalham menos de 40 horas semanais e estão dispostos a trabalhar mais e outros 8,2 milhões de trabalhadores que realizaram a busca pelo trabalho e não conseguiram.

A renda do trabalhador também sofreu redução: O rendimento médio real habitual (R$ 2.286) caiu 1,0% frente ao trimestre anterior.