Desmonte: CNPq anuncia colapso e órgão sofre ameaça de extinção


O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – instituição federal ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, anunciou seu próprio colapso, sem recursos, a agência pode parar as atividades nas próximas semanas.

O CNPq avisa que não terá mais recursos, a partir de setembro, para pagar os cerca de 80 mil bolsistas financiados pelo órgão. Antes disso, o órgão já havia congelado as bolsas “especiais”, voltadas para quem já é cientista e tem alto nível de produção acadêmica, caso de quem está no pós doutorado. O aporte à realização eventos científicos também foi suspenso.

“É urgente que o CNPq tenha seu orçamento suplementado para realizar os pagamentos de seus bolsistas e projetos até o final do ano. É inadmissível que milhares de jovens pesquisadores sejam penalizados pela interrupção do financiamento das inúmeras modalidades de bolsas em andamento”, diz um documento da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP.

“O governo Bolsonaro tem desenvolvido uma política sistemática de desqualificação da ciência e da educação. A situação do CNPq é emblemática e mostra o descaso do governo com a comunidade científica do país”, disse o professor Rodrigo Ricupero, presidente da Associação de Docentes da USP (Adusp). “Além da implementação de critérios ideológicos para a concessão de apoio a eventos e do corte de bolsas, assistimos agora à terrível situação dos bolsistas, que não sabem até quando receberão suas bolsas. Portanto, é urgente uma ação de toda a comunidade para impedirmos esses ataques em geral e a destruição do CNPq em particular”, apontou.

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Em abaixo-assinado a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) solicita um aporte suplementar de recursos da ordem de R$ 330 milhões para que a agência possa cumprir seus compromissos deste ano.

Economia

O documento também se manifesta contra a extinção do CNPq. Nos bastidores do governo, há rumores de que CNPq e Capes (agência voltada ao desenvolvimento da pós-graduação, ligada ao MEC) sejam fundidas em um único órgão – que não se sabe se ficaria sob o guarda-chuva do ministério de Educação ou de Ciência. Uma proposta elaborada pela assessoria do ministro Abrahan Weintraub, integrada por seguidores do guru do presidente Bolsonaro, o jornalista e militante de extrema-direita, Olavo de Carvalho.

*Com informações do Site da Adusp/Folha de SP