O ministro Sérgio Moro resolveu duelar com repórteres da Folha e do Intercept sobre a palestra clandestina que ele fez em 2016 para o Grupo Sinos, no Rio Grande do Sul.
Na tentativa de desacreditar a reportagem da Vaza jato, deste domingo (4), o ex-juiz posou de bom samaritano. Segundo ele, uma doação para entidade filantrópica foi escondida para não parecer autopromoção.
De pronto, a jornalista Amanda Audi, do Intercept, devolveu: “Errado. O ministro não escondeu a doação à caridade, mas sim a palestra remunerada”.
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Mais cedo, o ministro também distorceu a reportagem da Folha sobre a palestra clandestina que não apareceu no cadastro eletrônico de 2016. “Detalhe, o cadastro foi criado depois, em 2017”, jurou Moro.
O ex-juiz afirmou ainda que, para a Folha, o cadastro é mais importante que a “caridade” que promoveu ao doar R$ 10 mil para o Pequeno Cotolengo de Curitiba.
Para a repórter do Intercept, Moro contraria a Resolução nº 226/2016 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que preza pela transparência dos atos de um servidor público.
Errado. O ministro não escondeu a doação à caridade, mas sim a palestra remunerada – contrariando uma norma do Conselho Nacional de Justiça que preza pela transparência dos atos de um servidor público. https://t.co/Mc2bWqc3Uz
— Amanda Audi (@amandafaudi) August 4, 2019
Dei uma palestra em Novo Hamburgo, em 2016, sobre corrupção. Como condição, foi doado, em 16/09/2016, a meu pedido e pela contratante, 10 mil a entidade beneficente dedicada aos cuidados de pessoas com deficiência (Pequeno Cotolengo).
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 4, 2019
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.