O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, chefe do Ministério Público Federal, tenta salvar a instituição destruída pela Lava Jato e pelo ex-PGR Rodrigo Janot.
Há um esforço de Aras no sentido de manter alguma coisa, mas é difícil, pois foi detonada a imagem do Ministério Público.
Então comandante-em-chefe da Lava Jato, em 2017, Janot confessou que foi armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com o intuito de assassinar o ministro Gilmar Mendes. A ideia do ex-PGR era se matar em seguida, mas afrouxou na hora H.
Acerca desse episódio que chocou os mundos político e jurídico, Aras luta para soltar os anéis para preservar os dedos. A tarefa é quase impossível, mas vamos lá.
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Em nota, o PGR assim se expressou:
“O Ministério Público Federal é uma instituição que está acima dos eventuais desvios praticados por qualquer um de seus ex-integrantes. O procurador-geral da República Augusto Aras considera inaceitáveis as atitudes divulgadas no noticiário a respeito de um de seus antecessores. E afirma confiar no conjunto de seus colegas, homens e mulheres dotados de qualificação técnica e denodo no exercício de sua atividade funcional. Os erros de um único ex-procurador não têm o condão de macular o MP e seus membros. O Ministério Público continuará a cumprir com rigor o seu dever constitucional de guardião da ordem jurídica”.
Errado, doutor Aras. Os erros são sistêmicos –Lava Jato e Janot– e já macularam faz tempo o Ministério Público. E não foi por falta de avisos.
A Lava Jato e o ex-PGR deram P.T. (perda total) no MP.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.