O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou atrás, no início da noite desta quarta (11), da recriação da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira). Isto é o que a velha mídia divulga.
Do hospital, onde está internado desde domingo (8), Bolsonaro demitiu hoje à tarde o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra.
O pretexto foi a tentativa de recriar a CPMF, mas a bronca do presidente com o secretário da Receita vem desde o vazamento de sigilos fiscais de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), no insolúvel Caso Queiroz.
Ou seja, a queda de Cintra tem mais a ver com a pauta policial do que econômica. Ele, como bom oportunista, aproveitou o vacilo para defenestrar o ex-secretário da Receita.
Pelo Twitter, Bolsonaro deu sua versão para a crise que derrubou Cintra.
“A recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação do Presidente”, diz a conta oficial do presidente da República.
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O diabo é que o ministro Paulo Guedes, em diversas oportunidades, também falou sobre a recriação da CPMF. Porém, o ‘véio bonito e gostosão‘ não foi demitido hoje.
Moral da história: aos poucos, o presidente Jair Bolsonaro vai limpando a Polícia Federal, a Receita Federal, o Coaf e higienizando a própria Lava Jato. Tudo para proteger a família dele.
Entretanto, tem quem acredite que Bolsonaro demitiu o secretário porque este quis recriar a CPMF.
TENTATIVA DE RECRIAR CPMF DERRUBA CHEFE DA RECEITA. Paulo Guedes exonerou, a pedido, o chefe da Receita Federal por divergências no projeto da reforma tributária. A recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação do Presidente.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 11, 2019
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.