Paulo Pimenta se lança candidato à presidência do PT

Paulo-pimenta -complô Brasil 247 – O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) decidiu apresentar seu nome à disuta pela presidência do partido. Em entrevista ao 247, ele explica os motivos da sua candidatura. “É preciso um partido diferente para esse novo momento. Um partido militante, coeso, combativo, com nitidez programática, que tenha a preocupação permanente de formar sua militância. Um partido que seja firme e ao mesmo tempo não sectário com os aliados”, afirma. Confira abaixo a íntegra:

O senhor será candidato a presidente do PT Nacional?

Meu nome estará à disposição da nossa militância. Várias lideranças do nosso partido, de diferentes grupos, regiões e áreas de atuação tem amadurecido essa ideia. Será uma candidatura para construir a unidade e ajudar nosso partido a dar conta dos desafios do próximo período.

Uma candidatura de oposição?

No PT não existe isso. Todas são candidaturas de construção. O debate sempre qualifica as sínteses das nossas resoluções e não será diferente agora. Não vejo porque não promovermos, de maneira fraterna, uma ampla mobilização na nossa base, viajando o país e envolvendo mais gente nesse processo. Se tem uma coisa que os petistas não querem é um partido frouxo, sem vida e sem espaço real de participação.

Fazer oposição ao Bolsonaro é a prioridade do PT?

Economia

Veja bem, é muito mais do que isso. Vivemos um cenário totalmente novo onde temos um presidente que não nos reconhece como representação legítima de um setor da sociedade que diverge dele e precisa ser respeitado. Ele nos tem como inimigos e seus movimentos são no sentido de aniquilar qualquer oposição, em especial, a esquerda. É preciso um partido diferente para esse novo momento. Um partido militante, coeso, combativo, com nitidez programática, que tenha a preocupação permanente de formar sua militância. Um partido que seja firme e ao mesmo tempo não sectário com os aliados. O desafio para este período é o de construir uma ampla Frente de Esquerda com diálogo permanente voltada à defesa da soberania, da democracia, dos direitos do nosso povo e da liberdade do Presidente Lula, além de uma estratégia combinada para 2020.

Lula Livre ainda é a palavra de ordem do momento?

Sem dúvida. Ele representa a síntese dos nossos desafios. Sem Lula Livre não vivemos um Estado Democrático no Brasil. Lula é um sequestrado político e está lá pelo seu legado e por tudo que ele representa para nosso povo.

Como será conduzida sua candidatura a partir de agora?

Vou continuar dialogando com o nosso grupo, a Resistência Socialista, para expor as minhas posições e apresentar este movimento que partiu de diferentes lideranças, organizações internas e da militância partidária. Depois, quero construir com os demais companheiros (as) do chamado campo da esquerda um programa e uma agenda para o PT para o próximo período. E naturalmente, conversar com a corrente majoritária e com sua candidata para definirmos juntos este calendário interno e a metodologia a ser utilizada. Temos outros nomes reconhecidos pelas suas trajetórias concorrendo, e compreendo que este processo será uma excelente oportunidade para mobilizar o PT e o colocar à altura das expectativas do povo brasileiro. Vou dialogar com todo mundo, para ser um presidente para além de uma corrente, mas de todo o PT. Com Dilma e Haddad, com os Governadores, com nossos prefeitos e vereadores, com nossas lideranças, com as secretarias e setoriais, e com os movimentos sociais e populares que muito tem contribuído com a defesa da democracia no país. Quero que a marca da nossa candidatura seja esta capacidade de diálogo sem deixar de ter nitidez e firmeza com relação ao que é fundamental. O PT se destacou na história da esquerda pela sua democracia interna. Temos que fortalecê- la e aprofundá-la, criando uma gestão compartilhada entre as diferentes sensibilidades internas.

E o Lula?

Ele me conhece bem. Sabe da minha lealdade e do meu compromisso com nosso partido e o nosso projeto. Sou militante do PT e continuarei sendo sempre com muito orgulho. O 6° Congresso do Partido definiu uma linha política que precisa ser aprofundada e tenho certeza que ele espera isso de nós. Defender a democracia sem abdicar do debate ideológico e de valores na sociedade a partir de uma perspectiva socialista.

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