A paralisação na França contra o projeto de reforma do sistema de aposentadorias do governo Macron completou neste sábado (21) o seu 17º dia consecutivo. O impasse continua entre os sindicatos e o governo e tudo indica que o movimento vai continuar durante o período entre o Natal e a chegada do Ano Novo.
O transporte público segue como o mais afetado pela greve, em particular os trens internacionais e os que circulam entre regiões e cidades, bem como o metrô de Paris, em uma jornada na qual muitas famílias viajam pelas férias natalinas e de fim de ano.
Também os setores da educação, saúde, o serviço de eletricidade e os serviços de manutenção do trânsito continuam em greve contra a adoção do sistema por pontos, que substituiria os 42 regimes atuais de pensões, prolongando o tempo de contribuição para a Previdência pública.
No Palácio de Matignon, o premiê Edouard Philippe recebeu na quarta-feira e na quinta-feira desta semana os líderes sindicais opostos à reforma e as federações patronais, mas o diálogo não produziu resultados significativos, apesar dos “progressos” declarados pelo mandatário.
A Intersindical, que encabeçada pela influente Confederação Geral do Trabalho (CGT) aglutina as organizações que recusam em bloco o projeto governamental e exigem sua anulação, descartou uma trégua na paralisação e adiantou uma nova mobilização nacional para o 9 de janeiro.
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Seria a quarta grande jornada de protestos, após as celebradas a 5, a 10 e a 17 de dezembro, esta última com mais de 1,8 milhão de franceses nas ruas, segundo os sindicatos.
A Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), de perfil moderado e próxima ao oficialismo, declarou-se igualmente insatisfeita com o diálogo, já que o executivo não cedeu – pelo momento- na idade de equilíbrio (62 para 64 anos), a única divegência que reclama a poderosa entidade, uma das pouquíssimas partidárias do sistema universal por pontos.
O governo enfatiza que sua reforma trará justiça social e deu alguns sinais de fazer concessões, sobretudo quanto à polêmica idade de 64 anos para poder ser aposentado com todos os benefícios, um passo que de adotá-lo, como muitos preveem, colocaria de seu lado à CFDT, dividindo a um movimento sindical com diversidade de posturas e interesses em seu seio.
*Com Prensa Latina/Tradução Blog do Esmael
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.