Provocação de Bolsonaro é ‘desespero’ para manter Lula na disputa de 2022

É preciso ler as entrelinhas para compreender a provocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na madrugada desta segunda-feira (23), quando disse que ‘Lula é carta fora do baralho’.

O petista manifestou em público pela primeira vez o desejo de não concorrer à Presidência da República, em 2022, na última quarta-feira (18), durante ato político com artistas e intelectuais no Rio.

A desistência de Lula seria um péssimo negócio para Bolsonaro e uma boa notícia para o ministro Sérgio Moro, candidatíssimo ao Palácio do Planalto daqui a 2 anos. Também movimentaria outros candidatos a tertius da burguesia e da velha mídia, a exemplo do apresentador Luciano Huck (Rede Globo).

Com Lula fora do baralho, como provocou Bolsonaro, quebra-se a lógica da polarização e outros atores políticos começam a surgir para a disputa presidencial vindoura.

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Lula como candidato une bolsonaristas e lavajatistas num mesmo saco, contra o PT, em torno de um discurso fascista, autoritário e antidemocrático, anticomunista, neoliberal, mofado, enfim, da guerra fria dos anos de 1950, portanto atrasado na sua essência.

Ao afirmar que ‘Lula é carta fora do baralho’, Bolsonaro tentou mexer com o brio do petista, que é um daqueles que dá um boi para não entrar numa briga, mas dá uma boiada para não sair.

Lula, PT e suas lideranças (na Câmara e no Senado) ficaram silentes diante da provocação de Jair Bolsonaro. Nenhum petista de alto coturno ainda respondeu oficialmente para dizer, com todas as letras, que, ‘sim’, o ex-presidente é carta dentro do baralho.