Ratinho é cópia fiel de Richa, comparam professores do Paraná

O filho do apresentador do SBT Ratinho, o governador Ratinho Junior (PSD), está em baixa. Ao menos entre os professores do Paraná.

Segundo os educadores paranaenses, Ratinho é uma cópia fiel do ex-governador Beto Richa (PSDB) –a quem serviu na gestão passada como secretário do Desenvolvimento Urbano.

A bronca dos profissionais do magistério é porque, a exemplo de seu “pai” político, Ratinho demitiu centenas de professores contratados em regime PSS (Processo Seletivo Simplificado) nas vésperas do Natal.

O governador do Paraná, na mesma pegada do antecessor, tirou o peru da mesa dos mestres deixando-os sem salário e sem perspectiva de trabalho para 2020.

Audiência no MPT-PR e protesto contra a demissão de professores PSS

Daqui a pouco, às 15h, no Ministério Público do Trabalho, em Curitiba, acontece uma audiência de mediação sobre a decisão do governo Ratinho Junior de demitir, neste fim de ano e sem justificativa, cerca de 500 professores contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS).

Economia

A audiência foi marcada após denúncia da APP-Sindicato.

A Secretaria da Educação (Seed) foi notificada e intimada a comparecer.

Ainda nesta segunda-feira (23), às 14h, no prédio da Secretaria da Fazenda, professores realizam uma manifestação para denunciar essa situação.

O Ministério Público do Trabalho fica na Avenida Vicente Machado, 84, Centro. A Secretaria da Fazenda está localizada na mesma Avenida, no número 445.

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Para entenda o caso:

  • A Secretaria da Educação prorrogou, em setembro, por mais um ano a vigência do edital (n. 57/2018) de contratação de professores PSS que encerraria em dezembro deste ano.
  • A prorrogação foi um dos itens negociados para o término da greve realizada em junho pela categoria. O ato foi publicado em setembro no Diário Oficial.
  • Contrariando esse compromisso, o governo tem avisado nos últimos dias, por telefone e e-mail, cerca de 500 professores PSS, de várias regiões do estado, que seus contatos não serão prorrogados.
  • Em reunião com a APP-Sindicato, na última quinta-feira (19), a chefia de Recursos Humanos da Seed declarou ter orientado os diretores de escola a indicar quais eles gostariam que continuassem trabalhando e quais perderiam o emprego.
  • Para o Sindicato, a confissão de que foram utilizados critérios pessoais, definidos de acordo com a conveniência de cada diretor de escola, confirma a ilegalidade e a gravidade do procedimento.
  • Os professores não citados pelas direções terão seus contratos continuados em 2020. Já os que forem demitidos só terão o emprego novamente após a participação e classificação em um novo processo seletivo.
  • O Sindicato destaca ainda que a medida rompe um acordo firmado pelo governador Ratinho Junior com a categoria e contraria o interesse público.
  • A Seed tentou minimizar a situação alegando que a decisão e a escolha de quem será demitido da função pública seria prerrogativa da administração.
  • Questionada sobre a ilegalidade e a ausência de publicação de ato oficial, a pasta tentou se defender utilizando como argumento a data inicial de encerramento dos contratos, sem considerar a prorrogação.
  • Além do procedimento no Ministério Público do Trabalho, a APP-Sindicato ingressou com ação na Justiça.