Explicações de Abraham Weintraub não convencem senadores; assista

As explicações do ministro da falta de Educação, Abraham Weintraub, sobre os problemas no Enem não convenceram os senadores. Ele depôs em audiência pública na Comissão de Educação do Senado nesta terça-feira (11).

Vários parlamentares defenderam a demissão ou impeachment do aloprado ministro. Só os bolsonaristas mais aguerridos defendem o titular do MEC.

Para Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos autores do requerimento para ouvir o ministro nesta terça, Weintraub “não trata a administração pública com critério de impessoalidade” e “ataca as posições políticas” de quem o critica.

“Ele acusa os outros da prática que faz, do comportamento que ele tem”, disse.

Randolfe defendeu o impeachment do ministro, protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) por um grupo de parlamentares.  Entre os motivos para a denúncia, estão os erros na correção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), quebras de decoro e do princípio da impessoalidade, além de condutas contrárias à impessoalidade, eficiência e transparência.

Economia

Eliziane Gama (Cidadania-MA) afirmou que o ministro perde tempo envolvido em polêmicas em vez de focar na gestão da educação. Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o atual ministro joga uma cortina de fumaça ideológica que atrapalha o diálogo construtivo.

O pedido de impeachment protocolado no Supremo Tribunal Federal tem por base o relatório produzido pela Comissão Externa de Acompanhamento do MEC, presidida por Tábata Amaral (PDT-SP) sob relatoria de Felipe Rigoni (PSB-ES), seu colega na Câmara.

O trabalho da comissão foi criticado pelo ministro durante a reunião. Weintraub chegou a falar que “uma das pessoas ali contratou o namorado” e que alguns seriam financiados por um “capitalista que tem o monopólio da cerveja no Brasil”, em referência a Jorge Paulo Lehman, dono da Ambev.

Para Randolfe, o ministro não deu explicações suficientes e ainda veio ao Senado “atacar parlamentares da CE e da comissão externa da Câmara”.

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Além de considerar que as falhas no exame “não são estatisticamente significativas”, Weintraub afirmou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi alvo do que chamou de “chuva de fake news” por parte de grupos de parlamentares, de grupos econômicos e de parte da imprensa.

Ele insistiu, no decorrer de sua fala, que a prova do ano passado foi a melhor da última década e alega que os erros atingiram 5.100 participantes.

Segundo Randolfe, 172 mil queixas já foram encaminhadas ao MEC. O senador afirma que falta transparência nas respostas da pasta. Os senadores Randolfe, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Fabiano Contarato (Rede-ES), entre outros, ainda questionam o fato de, apesar de o MEC ter recebido R$ 1 bilhão da Operação Lava Jato no ano passado, os recursos não foram utilizados por Weintraub.

Confira a íntegra do depoimento do ministro no Senado:

Com informações da Agência Senado.