Uma perícia realizada por membros da Polícia Federal em documentos do “setor de operações estruturadas” da Odebrecht apontam que tais provas podem ter sido adulteradas com o objetivo de incriminar o ex-presidente Lula. O documento foi incluído pela defesa do ex-presidente em processo nesta quarta-feira (26).
Segundo o relatório da PF, os documentos ficaram em posse da direção da empreiteira cerca de um ano antes de serem enviados para a justiça. A defesa aponta que foi neste momento em que ocorreu a adulteração.
Os dados só foram entregues às autoridades após a empresa assinar acordo de leniência com o Ministério Público.
“Agora só um parêntese aqui, já que está gravando, um parêntese, de cabeça, lembrando, não é certeza, a Odebrecht recebeu [os documentos] da autoridade suíça e ela abriu isso, e mexeu nisso, durante muito tempo ficou com isso lá”, afirmou Roberto Brunori Junior, perito criminal da PF.
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Ele aponta ainda que arquivos “gerados pela Odebrecht” possuem “datas posteriores às apreensões” do material.
O laudo, assinado por Brunori, Cláudio Wagner e Aldemar Maia Neto – também da PF -, ainda ponta que: “a imperícia do Ministério Público Federal, satisfazendo-se com o recebimento do material entregue pela Odebrecht, extrapolou a falta de atenção às normas e procedimentos necessários para assegurar a idoneidade das mídias pretendidas como prova na acusação”.
*Por Revista Fórum
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.