O presidente da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua subindo nas sondagens e que sua aprovação permanece estável em um terço do eleitorado brasileiro.
Hidalgo foi entrevistado pelo Blog do Esmael na noite desta quarta-feira, dia 22 de abril de 2020, quando disse ainda que Bolsonaro só vai “cair” se muita gente morrer infectada pelo coronavírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 46.348 casos confirmados de coronavírus e 2.934 mortes na manhã desta quinta-feira (23).
“Bolsonaro só vai cair se morrer muita gente infectada pelo coronavírus”, repete o presidente da Paraná Pesquisas, estabelecendo como parâmetro para “muita gente” o número de mortos na Itália: 25 mil pessoas.
“Infelizmente, digo isso com dor no coração, se morrer muita gente Bolsonaro não termina o mandato.”
O pesquisador acredita que a movimentação do PT, que esta semana aprovou o “Fora Bolsonaro”, ocorreu porque o partido também detectou o crescimento de Bolsonaro na crise do coronavírus. “Ele avançou nas faixas ‘D’ e ‘E’, os mais pobres, em virtude do auxílio emergencial de R$ 600”, pronunciou. Além disso, o proprietário do instituto citou a ajuda do governo para as empresas pagarem os salários dos trabalhadores como medida positiva aos olhos dos entrevistados.
Murilo Hidalgo ainda falou sobre a febre de “lives” neste período de quarentena.
Segundo ele, políticos deverão adotar o modelo de transmissões online para fazer campanha eleitoral em 2020.
Sobre as eleições deste ano, o dono da Paraná Pesquisas avaliou que a realização do processo eleitoral em outubro ajuda “muito” os atuais prefeitos que disputarão a reeleição, mas, caso prorrogada, será bom para a oposição.
“Quanto mais tempo durar essa crise de coronavírus é ruim para os prefeitos porque o humor dos eleitores muda e a questão da falta de recursos vai pesar nos municípios”, disse Hidalgo.
“As pessoas também começam a ficar ansiosas no isolamento social.”
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É possível votar o impeachment de Bolsonaro em plenário virtual do Congresso
O Congresso Nacional poderá dentro da excepcionalidade da pandemia do coronavírus votar o pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) –se usarmos o julgamento do caso tríplex, na corte, como simetria futura.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou o julgamento do caso do triplex do Guarujá, aquele imóvel que não é e nunca foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta semana, o PT aprovou em suas bancadas na Câmara e no Senado a “admissibilidade” do “Fora Bolsonaro”, bandeira que pode derivar para um novo e contundente pedido de impeachment do presidente Bolsonaro.
As condições para o impedimento de Bolsonaro ainda precisam ser construídas porque o país permanece na pandemia e as sessões presenciais precisariam ser convertidas em virtuais, em videoconferências, bem como todos os demais procedimentos do julgamento do presidente da República.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), parece um cão que leva chute [de Bolsonaro] e grita cain, cain, cain… Mas não toma atitude abrindo o impeachment do agressor porque, como diria o ex-presidente Collor de Mello, o “Botafogo” não tem saco roxo. É ele, Maia, quem tem a caneta para abrir o impeachment.
Adjetivações à parte, Jair Bolsonaro não quer dar sorte ao azar. Por isso o presidente ‘corre atrás do prejuízo’ para adquirir uma base de sustentação no Congresso. Hoje, por exemplo, Bolsonaro se reúne com o MDB e amanhã tenta uma recomposição com o DEM, conversando com o presidente nacional da sigla, ACM Neto, prefeito de Salvador (BA).
Presidente da OAB diz que País está à deriva e admite a discussão do impeachment de Bolsonaro após a pandemia
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quarta-feira (22), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, considerou a possibilidade da entidade discutir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após a pandemia de coronavírus.
“Depois da pandemia, acho que discussão é absolutamente cabível, tendo um olhar claro ao que ele fez durante esse período. Caberá ao conselho federal [da OAB] também [discutir]. Muita gente boa tem discutido se há até aqui ou não crime de responsabilidade, grandes juristas como Miguel Reale, acho que cabe abrir a discussão de forma democrática”, afirmou Santa Cruz.
“O presidente já deu todos os exemplos do mundo que está abaixo do que o cargo dele exige, mas ele foi eleito. Cabe às instituições dentro das suas possibilidades corrigir os rumos desse barco à deriva por abandono ou omissão do seu comandante”, avalia o presidente da OAB.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.