Moro se recusa a ‘prender o vírus’ da Covid-19

Ministro Sérgio Moro manda recado para o presidente Jair Bolsonaro: “É uma crise de saúde, não é uma crise de segurança. Não tem como prender o vírus.”

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, virou alvo preferencial das hordas bolsonaristas durante a pandemia de Covid-19.

Para não passar vergonha e manchar ainda mais seu currículo, o ex-juiz da Lava Jato se recusa a reverberar os supostos poderes mágicos da cloroquina no tratamento do coronavírus e finge que não é com ele essa questão do afrouxamento do isolamento social proposto pelo presidente Jair Bolsonaro.

O Palácio do Planalto, o Carluxo, filho do presidente, e o guru Olavo de Carvalho avaliam que o ministro tem gordura para queimar. Para eles, Moro tem o dever moral de defender as mesmas coisas que Bolsonaro defende.

No entanto, o ministro da Justiça tem preferido a cautela dos estudos científicos que recomendam o isolamento social para conter o avanço do vírus e veem com muita cautela as primeiras análises com o composto da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes do coronavírus.

“É uma crise de saúde, não é uma crise de segurança. Não tem como prender o vírus”, esquivou-se Sérgio Moro, mostrando que já aprendeu bastante em Brasília nesse ano e três meses de governo.

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Bolsonaristas contra Sérgio Moro e os 600 tablets para detentos
O ministério da Justiça e Segurança Pública comprou 600 tablets para evitar a propagação do Coronavírus no sistema carcerário federal.

Antes que alguém pense que a medida é para distrair os presos com jogos como o GTA, as máquinas serão usada para comunicação com as famílias.

“Mais uma medida do @depenmj para evitar o contágio do coronavírus no sistema prisional. Sem poder receber visitas, os presos vão conversar virtualmente com os parentes”, Escreveu o MJSP.

Mas os bolsonaristas não gostaram muito da medida implementada pelo seu herói. O deputado Eduardo Bolsonaro compartilhou um tuíte que diz: “Ministério da Justiça comprou 600 tablets para os presidiários. É isso mesmo que vocês leram. Excelente prioridade, hein??”

É claro que uma vIdeochamada é mais completa que um telefonema, mas não substitui uma visita. Mas são tempos de exceções por causa da pandemia. Os detentos têm o direito ao contato com familiares. Mas, tablets?

A questão é que o encarceramento em massa não é um bom negócio para o país. A pandemia tem tudo para transformar os presídios casas da morte. Basta que o vírus entre…

Com informações da Veja