Pandemia já deve estar muito pior no Brasil do que mostram os números

Conforme o Coronavírus vai avançando no Brasil, estudos epidemiológicos e relatos divulgados pela mídia vão sinalizando que a pandemia já está pelo menos 10 vezes pior do que apontam os números consolidados no Ministério da Saúde.

O que está acontecendo é o que se chama de subnotificação dos casos da doença. E ela ocorre principalmente por falta de testes rápidos que agilizem o diagnóstico. Muitos casos suspeitos da Covid-19 que não são greves, sequer são testados. E muitos caso de óbitos com suspeita de Coronavírus aguardam semanas na fila esperando o resultado.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, em alguns estados e municípios, há um caso notificado para cada 30 ou mais pacientes que podem estar doentes mas não houve notificação ao Ministério da Saúde.

A falta de kits para testes e a inexistência de uma portaria específica do Ministério delimitando quais casos devam ser considerados confirmados ou suspeitos têm feito com que muitos doentes não entrem nas estatísticas. A afirmação é da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

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Cabe aqui a pergunta: por que o ministério da Saúde não padroniza as notificações? A quem interessa que a pandemia pareça mais branda do que realmente é?

O ministro Henrique Mandetta vem se destacando pela capacidade técnica de médico e pelo carisma conciliador. Está conseguindo correr no fio da navalha entre as loucuras do presidente Bolsonaro e a realidade do enfrentamento da Pandemia.

Mas, por que ele não normatiza a notificação para que se conheça a realidade da situação? Ou para que, pelo menos, se tenha uma estimativa confiável. Ora, se ele fizer isso, Bolsonaro vai demiti-lo como demitiu o chefe do Inpe que noticiou o desmatamento na Amazônia.

Já há cidades, como São Paulo, realizando enterros sem velório de vítimas do Coronavírus. Já há muitos pacientes que morrem sozinhos nos hospitais, sem poder se despedir de suas famílias. Logo os cadáveres começarão a se acumular como está acontecendo no Equador.

Quem vai responder por isso?

Com informações da Folha de São Paulo