Trump e coronavírus produzem 26 milhões de desempregados nos Estados Unidos em cinco semanas

No cartoom, Trump aponta para o coronavírus infectando os EUA e diz ‘é uma farsa’; mais de 25 mil americanos já morreram desde o início da pandemia, em março.

Já somam 26 milhões de pessoas que se juntaram às filas de desempregados nas últimas cinco semanas nos Estados Unidos. Somente na semana passada, formam mais 4,4 milhões de trabalhadoresque recorreram ao seguro-desemprego.

O número alarmante de desempregados nos EUA se deve, segundo analistas, à demora do presidente Donald Trump dar respostas à pandemia de coronavírus. Sem levar a sério a doença Covid-19, o vírus matou mais 25 mil pessoas e devasta economia do país em proporção superior ao crash de 1929.

Apesar de o governo dos EUA informar nesta quinta-feira, dia 23 de abril, que 4,4 milhões de trabalhadores entraram com pedidos de benefícios do seguro-desemprego, na semana passada, o mercado de ações se recuperou, impulsionado em parte por uma recuperação das ações das empresas de energia à medida que os preços do petróleo subiam.

Não é a primeira vez nas últimas semanas que os investidores ignoram as más notícias econômicas, pois o choque da devastação causada pela pandemia de coronavírus teria “diminuído”.

O aumento incansável dos desempregados intensificou o debate sobre quando suspender as restrições –isolamento, distanciamento social e quarentena– que ajudaram a impedir a rápida disseminação do vírus, mas que colocaram a economia em um ponto de estrangulamento.

As agências estaduais têm se esforçado para lidar com a inundação esmagadora de registros, bem como com um conjunto de regras federais de elegibilidade instituídas para lidar com a crise.

Economia

Com os telefones e sites do governo entupidos e os centros de acolhimento fechados, os advogados de assistência judiciária estão apresentando queixas de pessoas que dizem que não sabem para onde ir.

“Nosso escritório recebeu milhares de ligações”, disse John Tirpak, advogado do Desemprego Law Project, um grupo sem fins lucrativos em Washington.

A dor está em toda parte, mas é generalizada entre os mais vulneráveis.

Com informações do New York Times

Em uma pesquisa divulgada na terça-feira (21) pelo Centro de Pesquisa Pew, 52% das famílias de baixa renda – abaixo de US$ 37.500 por ano para uma família de três – disseram que alguém da família havia perdido um emprego por causa do vírus, em comparação com 32% da população alta, famílias com renda (com ganhos acima de US$ 112.600).

Quarenta e dois por cento das famílias da classe média também foram afetadas.

Aqueles sem formação universitária sofreram um impacto desproporcional, assim como os hispânicos e afro-americanos, também constatou a pesquisa.

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Lula, FHC, Maia, Ciro, Doria, Dilma, Dino, Witzel e Toffoli juntos no ‘palanque’ virtual do 1º de maio

A ampliação da lista de convidados foi uma decisão das centrais sindicais em resposta às provocações golpistas do presidente Bolsonaro contra a democracia e pelo fim do isolamento social.

Além dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff (PT), foram convidados os ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), José Dias Toffoli.

Os governadores Wilson Witzel (PSC) e João Doria (PSDB) também deverão falar aos trabalhadores em mensagens exibidas durante a live que será exibida em 1º de maio.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, “está cada vez mais claro que Bolsonaro não tem apreço pela democracia e trabalha o tempo todo para instituir um regime autoritário no país”. Por isso, o corte para a participação do ato do Dia do Trabalho é a defesa do emprego, da democracia e das instituições”.

Excluídos pelo governo Bolsonaro das discussões sobre saídas para a crise econômica e sanitária, as centrais negociam diretamente com as bancadas do Senado e da Câmara, em reuniões com parlamentares do centrão e da oposição de esquerda.

“Bolsonaro só vai cair se morrer muita gente infectada pelo coronavírus”, diz Paraná Pesquisas

O presidente da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua subindo nas sondagens e que sua aprovação permanece estável em um terço do eleitorado brasileiro.

Hidalgo foi entrevistado pelo Blog do Esmael na noite desta quarta-feira, dia 22 de abril de 2020, quando disse ainda que Bolsonaro só vai “cair” se muita gente morrer infectada pelo coronavírus.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 46.348 casos confirmados de coronavírus e 2.934 mortes na manhã desta quinta-feira (23).

“Bolsonaro só vai cair se morrer muita gente infectada pelo coronavírus”, repete o presidente da Paraná Pesquisas, estabelecendo como parâmetro para “muita gente” o número de mortos na Itália: 25 mil pessoas.

“Infelizmente, digo isso com dor no coração, se morrer muita gente Bolsonaro não termina o mandato.”

O pesquisador acredita que a movimentação do PT, que esta semana aprovou o “Fora Bolsonaro”, ocorreu porque o partido também detectou o crescimento de Bolsonaro na crise do coronavírus. “Ele avançou nas faixas ‘D’ e ‘E’, os mais pobres, em virtude do auxílio emergencial de R$ 600”, pronunciou. Além disso, o proprietário do instituto citou a ajuda do governo para as empresas pagarem os salários dos trabalhadores como medida positiva aos olhos dos entrevistados.

Murilo Hidalgo ainda falou sobre a febre de “lives” neste período de quarentena.

Segundo ele, políticos deverão adotar o modelo de transmissões online para fazer campanha eleitoral em 2020.

Sobre as eleições deste ano, o dono da Paraná Pesquisas avaliou que a realização do processo eleitoral em outubro ajuda “muito” os atuais prefeitos que disputarão a reeleição, mas, caso prorrogada, será bom para a oposição.

“Quanto mais tempo durar essa crise de coronavírus é ruim para os prefeitos porque o humor dos eleitores muda e a questão da falta de recursos vai pesar nos municípios”, disse Hidalgo.

“As pessoas também começam a ficar ansiosas no isolamento social.”