A marcha fúnebre de Bolsonaro e Guedes rumo ao STF

A fúnebre marcha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu ministro da Economia (kkk), Paulo Guedes, rumo ao Supremo, está rendendo “memes” nas redes sociais.

Um dos integrantes do séquito bolsonarista disse na reunião com o presidente do STF, Dias Toffoli, que “haverá morte de CNPJs” se a economia não for reaberta imediatamente.

“Alô, empresário explorador de trabalhador! Enfia o CNPJ no rabo! Morto não compra, idiota genocida!”, protestou pelo Twitter o ator José de Abreu.

O jornalista Leonardo Sakamoto, assustado pelo viu e ouviu, escreveu que “CNPJ não morre, gente é que morre. Mas CPF de pobre tem aos montes, morre um, coloca outro no lugar. Já foram mais de 8,5 mil por Covid-19. Mas esse pessoal ainda acha que é pouco.”

Além da frase “haverá morte de CNPJ”, outras pérolas foram ditas pelos empresários na reunião entre Bolsonaro, Toffoli e Guedes: “A indústria está na UTI”.

“Tem CNPJ morrendo de má gestão, mas o contador é obrigado a colocar que foi coronavírus!”, ironizou o internauta Daniel Cassol.

Economia

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) classificou a visita surpresa de Bolsonaro a Toffoli como a “Marcha da Morte”.

“Marcha da Morte! Bolsonaro junto com Guedes e empresários marcham até o STF para pedirem flexibilização do isolamento social. 600 mortes por dia, colapso na saúde, ajuda emergencial que não chega e Guedes diz que tem CNPJ que vai morrer, quem morre são pessoas e aos milhares”, indignou-se o parlamentar psolista.

A questão da “Morte de CNPJs” é mais uma evidência de que o bolsonarismo é nada empático com o sofrimento alheio, com perdas de vidas. Pelo contrário. Eles querem se aproveitar dessa tragédia humana, em plena pandemia de Covid-19, para se restruturar e maximizar o lucro. Ou seja, querem o financiamento público para demitir trabalhadores e salvar sua empresa da “má gestão” anterior a esse período especial.

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BOLSONARO QUIS EMPAREDAR O STF E ACABOU TOMANDO UMA LIÇÃO SOBRE COMO GOVERNAR; ASSISTA

A marcha da comitiva presidencial ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (7) acabou de forma constrangedora para o presidente Bolsonaro. Ele quis emparedar o Supremo para retomar o poder e romper o isolamento social na pandemia e saiu com uma lição prática sobre como governar.

Após ouvir as reclamações do presidente, do ministro Guedes e dos empresários que choram seus prejuízos e temem que as exportações aumentem com o fim da pandemia, Toffoli respondeu de maneira tranquila aquilo de deveria ser óbvio. Para reabrir a economia e planejar a saída do isolamento social, é preciso que o governo federal estabeleça um diálogo com os governos estaduais e municipais.

Ou seja, governar não é somente dar ordens como quer Bolsonaro. É preciso diálogo.

As sugestões de Toffoli foram simples e claras. A principal delas foi a criação de um gabinete de crise com a participação do governo federal, dos governos estaduais, com a área da saúde, com os trabalhadores e empresários. O Legislativo e o Judiciário também deveriam participar.
Sem o entendimento de todos os envolvidos, qualquer solução é vazia.

Bolsonaro foi ao STF passar vergonha, diz Gleisi Hoffmann

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, comentou a marcha da comitiva presidencial ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (7).

Gleisi escreveu no Twitter:

“No improviso, Bolsonaro vai ao STF com empresários e Paulo Guedes reclamar que a Economia está no chão e precisam de um plano para a retomada das atividades. Área da saúde não foi, nenhum governador, nem prefeito, nem trabalhador. É uma conspiração contra o povo brasileiro?!”

“Bolsonaro, q queria terceirizar o problema ouviu de Tofolli a sugestão que se faça um comitê de alto nível, com governadores, prefeitos, área da saude, para enfrentamento coordenado da crise. Poderia ter evitado passar essa vergonha.”

Bolsonaro e Guedes marcham ao STF com empresários para pressionar pela reabertura da economia

O presidente Bolsonaro, o ministro Paulo Guede e um grupo de empresários marcharam pela Praça dos Três Poderes e foram ao Supremo Tribunal Federal pressionar o ministro Dias Toffoli pela reabertura da economia com o fim do isolamento social.

Como já aconteceu em outros eventos com Bolsonaro, a marcha criou aglomero e expôs muitas pessoas ao risco de contaminação pelo Coronavírus. O encontro foi marcado de última hora e não estava previsto na agenda do presidente do tribunal.

Bolsonaro disse que assinará um decreto para ampliar a quantidade de atividades essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus.

Participaram do encontro empresários e ministros, entre os quais Walter Souza Braga Netto (Casa Civil), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Paulo Guedes (Economia). Segundo Guedes, foi uma “visita de cortesia”.

Parlamentares também acompanharam o encontro, entre os quais o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República, e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ).

Na reunião, as falas do presidente, do ministro Guedes e dos empresários foram no sentido de reclamar do isolamento social, da situação econômica e dos prejuízos dos empresários.

Em nenhum momento se falou em número de mortes, situações dos hospitais, fome, direitos dos trabalhadores, etc.

A ideia era acuar Toffolli para devolver a Bolsonaro o poder de decidir sobre a abertura da economia e o fim do isolamento social. O ministro do STF propôs a crianção de uma gabinete de crise, com a União, Estados e Municípios, para debater a reabertura da economia.

Bolsonaristas prometem derrubar o STF no final de semana
Militantes bolsonaristas da extrema direita prometem derrubar o Supremo Tribunal Federal à força neste final de semana.

No vídeo a seguir, os militantes dizem que no grupo há “vários militares da reserva” e que mais de “300 caminhões chegarão até o final de semana”.

Essa mobilização fascista vai se unir ao acampamento dos 300, liderados por Sara Winter, que está montado há semanas em Brasília.

Eles pedem o fechamento do Congresso e do STF para que o Brasil volte a ser uma ditadura liderada por Bolsonaro e seus filhos. Talquei?

Justiça obriga Bolsonaro a mostrar resultado de exame para Covid-19

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), com sede em São Paulo, indeferiu um efeito suspensivo contra decisão que obriga o fornecimento de exames do presidente Jair Bolsonaro envolvendo o coronavírus. Essa decisão foi tomada pelo desembargador André Nabarrete.

Com isso, fica mantida a obrigação de a União a apresentar os laudos dos exames de detecção da covid-19 aos quais se submeteu o presidente da República — ao invés de relatórios médicos, como foi feito inicialmente pelo governo.

Segundo o desembargador, a urgência da tutela é inegável, porque o processo pandêmico se desenrola diariamente, com o aumento de mortos e infectados no País.

O Brasil tem 8.591 mortes provocadas pela Covid-19 e 126.890 casos confirmados na manhã desta quinta-feira (7).

“A sociedade tem que se certificar que o senhor presidente está ou não acometido da doença. Não convence, outrossim, o caráter satisfativo da medida, dado que o ocultamento da informação em nada tranquilizaria a população”, afirmou Nabarrete.

Esse juiz analisou um recurso da União de que a solicitação teria mero interesse jornalístico.

“À vista dos postulados da nossa Constituição, o direito de informar tem interesse público e que não é de menor importância, uma vez que se refere à saúde do senhor presidente da República, agente político máximo, no contexto de uma crise sanitária excepcional”, apontou.

Na quinta-feira (30), a juíza federal Ana Lúcia Petri Betto, da 14ª Vara Cível Federal de São Paulo, determinou que a AGU forneça os laudos de todos os exames feitos pelo presidente para a Covid-19.

A magistrada considerou que o relatório médico de Bolsonaro apresentado pela AGU na semana passada “não atendia de forma integral à determinação judicial” que deu acesso ao jornal “O Estado de S. Paulo” aos laudos dos exames do presidente para a Covid-19.

Quanto ao argumento de ilegitimidade ativa e falta de interesse de agir, esse juiz acrescentou que a função da imprensa é informar fatos relevantes para a sociedade. Segundo ele, só por isso, a ação já se justificaria.

“Quando se trata de uma autoridade de tamanha importância, cuja higidez física e mental é indispensável para o exercício do cargo do qual todos os brasileiros dependem, não há como se negar a utilidade da informação, legitimando qualquer meio de comunicação obtê-la. Se não bastasse, o conhecimento da saúde do Sr. Presidente é fundamental, à vista de suas funções, que demandam que circule, se locomova e tenha contato com cidadãos, num panorama de pandemia”, decidiu esse juiz do TRF3.

Ele também avaliou o argumento de que a União não seria parte legítima para estar no polo passivo da ação. Para o relator, todos os documentos que se relacionem ao conjunto de atos e condições de agente público político, no caso o chefe de estado e de governo, não são só relevantes para a história do País, mas constituem o acervo inalienável da nação.

Para o governo, o respeito à intimidade e à privacidade são direitos individuais – protegidos, portanto, como cláusulas pétreas da Constituição. E, sustenta a AGU, o fato de um indivíduo ser presidente da República não significa que ele não tenha, também, direito à intimidade e à privacidade.

Sobre a invocação da intimidade, privacidade e caráter personalíssimo da informação, André Nabarrete lembrou que a Lei de Acesso à Informação autoriza a obtenção dos exames médicos. Segundo o magistrado, informações pessoais podem ser liberadas, sem consentimento do interessado, quando necessárias ao interesse público e geral preponderante.

“Embora se entenda que, de maneira geral, a transparência, publicidade devem nortear os assuntos relativos ao senhor presidente da República, a situação de pandemia, pela gravidade que tem, inclusive reconhecida pela Lei nº 13.979, exacerba a necessidade e urgência da divulgação à sociedade dos exames médicos, para que não pairem dúvidas sobre a condição física da autoridade”, concluiu.

Por fim, o desembargador do TRF3 esclareceu que o pedido da ação é de obtenção de exames e não de relatório sobre exames, e a liminar assim foi deferida. “Na verdade, os médicos da presidência reportam o resultado de exames realizados por outrem. Apenas os próprios exames laboratoriais poderão propiciar à sociedade total esclarecimento”, escreveu.