Bolsonaro desafia STF: ‘Só se fosse um rato para entregar o telefone’

Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta sexta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “jamais” entregará seu telefone celular à Justiça.

“Só se o presidente da República for um rato para entregar o telefone. Jamais entregaria um celular numa situação dessa. Só se fosse um rato para entregar o telefone”, disse o presidente.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) notícia-crime relacionada à investigação sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Entre as medidas solicitadas estão a busca e apreensão do celular do presidente e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), para perícia.

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Bolsonaro ainda classificou o pedido do STF à PGR como “uma aberração e um ultraje”.

“Imagina um telefone, eu entrego ele, vai para o senhor Celso de Mello e ele resolve divulgar ligações com chefes de Estado, autoridades daqui ou trocas de ‘zap’? Não tem cabimento. Ele divulgou 99% da fita [da reunião ministerial]. É uma aberração, um ultraje, uma irresponsabilidade alguém querer ter acesso ao telefone funcional meu.”

Bolsonaro também comentou a divulgação do vídeo da reunião interministerial. Segundo ele, não há, no material, comprovações de que tenha tentado interferir na PF.

“Qual é o ponto do vídeo que interfiro na PF? Repito: Qual ponto? Não existe. Mais um tiro n’água e mais uma farsa desmontada”, disse.

Ao comentar pontos da reunião, Bolsonaro destacou que “falou com o coração”. “Era algo reservado isso aí, que compete a nós. E as fitas já estão aí. Cada um que interprete como quem queira interpretar. Eu falo com o coração. Não foi um discurso para ser revelado mais tarde”, explicou.

“Tem palavrão? Tem. Se não quer ouvir palavrão vote num ‘embromadinho’ no futuro que não fala palavrão, mas mete a mão no bolso de todo mundo”, completou.

Confira a íntegra da entrevista: