Centrais sindicais fazem ato virtual com políticos que tiraram direitos dos trabalhadores

As principais centrais sindicais do País perdoaram os pecadores e seus pecados neste 1° de Maio, ao reunir no mesmo palanque virtual lideranças à esquerda de conhecidos neoliberais que vilipendiaram direitos dos trabalhadores brasileiros.

O tema do Dia do Trabalhador deste ano é “Saúde, emprego e renda. Em defesa da Democracia. Um novo mundo é possível”.

“Políticos de direita que destruíram a CLT, acabaram com o direito à aposentadoria, defendem o congelamento do salário mínimo e a retirada de direitos sociais vão falar em ato virtual do 1o de maio das centrais sindicais, criticou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF)

“O que vão dizer aos trabalhadores e trabalhadoras?”, questionou a parlamentar petista, que não está sozinha na crítica.

Para o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), presidente da Frente Ampla pela Soberania, as centrais sindicais, em crise de síndrome de Estocolmo, levam seus algodões, para falar no palanque do Primeiro de Maio. “Santa Maria da boca do monte!”, ironizou pelo Twitter.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o emedebista pediu no dia de hoje reflexão, tomada de consciência e luta dos trabalhadores.

Economia

Requião afirmou ainda que a luta contra neoliberalismo tem que ser junto contra o presidente Jair Bolsonaro, por meio do Fora Bolsonaro, e pela derrubada do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Por que não juntos?”, perguntou, ao contestar a tese segunda a qual deve-se lutar primeiro contra Bolsonaro, depois Guedes e somente depois o neoliberalismo.

Sem citar nomes, Roberto Requião disse que algumas instituições democráticas convidaram para participar das comemorações do Primeiro de Maio operadores do capital financeiro, quadros da direita. “Democracia? Se vivo estivesse convidariam também o coronel Ustra?”, fustigou o emedebista.

As principais centrais sindicais justificaram o palanque virtual, à distância, para reforçar o isolamento social em tempos de pandemia da COVID-19, porém, segundo elas, “estimulando a solidariedade entre as pessoas, o fortalecimento das ações culturais e as reflexões sobre o momento político que o País está vivendo.”

Abaixo, assista ao vídeo de Requião:

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Moro chuta o pau da barraca de Bolsonaro, mas o lixo da história aguarda o ex-ministro

O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, numa espécie de defesa prévia, começou a chutar o pau da barraca do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na semana que vem, ele terá de depor à Polícia Federal para detalhar as acusações que fez no pronunciamento de demissão.

Na sexta-feira (24), num verdadeiro desacerto público, Moro fez uma “delação” diante dos holofotes contra o homem que ajudou a ganhar a eleição em 2018 e, como paga, segundo a literatura, tinha recebido o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por causa disso, o ex-juiz da Lava Jato se sentia mais dono do governo que o próprio eleito, o “Messias, o profeta da morte que atende pelo sobrenome Bolsonaro.

Moro caiu porque quis fazer do Ministério da Justiça e Segurança Pública sua “ilha particular” onde poder-se-ia prospectar, além do fetiche do combate à corrupção, bunisses, negócios em nome da coletividade e do bem-estar geral da sociedade. Liberação de cassinos, redução de impostos para cigarros e bebidas e a regulamentação do lobby no âmbito do governo federal estavam no radar do ex-ministro.

O combate à corrupção no governo Bolsonaro, do qual participou Moro, era para inglês ver. Em um ano de quatro meses, o ex-ministro da Justiça não respondeu onde estava Fabrício Queiroz, o pivô das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro, e quem mandou matar Marielle Franco –só para ficar em dois exemplos.

Fruto de marketing da velha mídia, Sérgio Moro lustrou a carreira de juiz como “caçador de corruptos”, porém a história comprovou que ele só fazia perseguição política com um único objetivo: chegar ao poder.

A Lava Jato também se revelou um movimento fascista, antipetista, antiesquerda, de uma pequena parte do judiciário, cujo objetivo principal era garantir a chegada da extrema direita e de fundamentalistas religiosos ao Palácio do Planalto.

Em entrevista de capa à revista Veja, Moro circunscreve a desavença com Bolsonaro à exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, no entanto, a bronca envolve muito mais coisa que a vã filosofia possa explicar…

Na guerra de versões sobre o verdadeiro motivo da saída de Moro da Justiça, Bolsonaro disse que estaria desmontando a “República de Curitiba” em Brasília. “Por que só delegados de Curitiba?”, perguntou o presidente, que liberou sua rede de ódio nas redes sociais para carimbar o ex-juiz de “traidor”.

“Moro revelou que não vai admitir ser chamado de mentiroso e que apresentará à Justiça, assim que for instado a fazê-lo, as provas que mostram que o presidente tentou, sim, interferir indevidamente na Polícia Federal”, escreve a Veja.

Com toda a sinceridade do mundo, Sérgio Moro muito em breve cairá no ostracismo político e jurídico. Reservadas as proporções, ele lembra o ocaso do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Não tem partido e também foi carrasco. O povo não vota nesse tipo de gente. Nenhum torturador na ditadura conseguiu brilhar na política. A história reservou o lixo para eles todos.

Portanto, no caso de Moro, tem aí um ‘Déjà Vu’ histórico-político.