Para comemorar pedido de impeachment, Bolsonaro reajusta gasolina pela 3ª vez em maio

O presidente Jair Bolsonaro tem os seus jeitos de comemorar tragédias pessoais e humanas. Nesta quinta-feira (21), por exemplo, ele autorizou o reajuste da gasolina pela terceira vez somente no mês de maio –período em que a pandemia do coronavírus mais avançou no País.

A Petrobras elevou hoje o preço médio da gasolina em 12% a partir de hoje. Na terça (19), a estatal aplicou um reajuste no diesel de 8% –a primeira elevação desse combustível nas refinarias da estatal no ano.

Voltemos às comemorações e esquisitices de Bolsonaro, que gosta de celebrar as mortes de brasileiros.

No dia 10 de maio passado, quando o Brasil somava 10 mil mortes pelo coronavírus, Bolsonaro anunciou um churrasco, mas recuou depois. No entanto, ele foi passear de jet ski no lago Paranoá, em Brasília, enquanto famílias e profissionais de saúde choram as perdas.

As secretarias estaduais de Saúde confirmam no país 296.033 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 19.148 mortes. O Brasil é terceiro país com mais infectado pela doença no mundo.

Jair Bolsonaro comemorou hoje os quase 20 mil mortos e o pedido de impeachment coletivo, protocolado na Câmara, elevando o preço da gasolina pela terceira vez só neste mês de maio.

Economia

Se ferra o povo brasileiro, o aumento dos combustíveis privilegia os especuladores e sócios privados da Petrobras.

Em tempo: o preço do petróleo despencou em todo o planeta; nos EUA tem navio petroleiro dando o produto de graça para quem levá-lo imediatamente, haja vista o desaquecimento da economia global.

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Pedido de coletivo de impeachment de Bolsonaro é protocolado na Câmara

Mais de 400 movimentos sociais, entidades e organizações da sociedade civil protocolaram na manhã desta quinta-feira (21), ao lado de PSOL, PT, PCB, PCdoB, PSTU, PCO e UP, o maior e mais representativo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados (leia aqui o texto completo do pedido). Vários juristas renomados, como Celso Antônio Bandeira de Mello, Silvio de Almeida, Caroline Proner e Pedro Serrano também assinam o pedido.

Entre os movimentos que assinam o pedido estão o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento Negro Unificado (MNU), Associação Brasileira de Travestis e Transexuais (ANTRA), os Policiais Antifascismo e as Católicas pelo Direito de Decidir.Veja a lista completa de entidades que subscrevem o pedido de impeachment.

A lista de crimes e ilegalidades cometidas por Jair Bolsonaro e que são usadas no pedido de impeachment popular é extensa. Entre os crimes estão a convocação e comparecimento nos atos contra a democracia e pelo fechamento do Congresso e do STF, a interferência nas investigações da Polícia Federal no Rio de Janeiro, a falsificação da assinatura de Sérgio Moro na exoneração de Maurício Valeixo do comando da PF e as declarações durante a reunião ministerial de 22 de abril.

Também estão na argumentação do pedido de impeachment os seus discursos atentando contra o Supremo Tribunal Federal, a convocação de empresários para a “guerra” contra governadores no meio da pandemia, o bloqueio da compra de respiradores e outros equipamentos de saúde por estados e municípios, o apoio à milícia paramilitar conhecido como “Acampamento dos 300”, a incitação de uma sublevação das Forças Armadas contra a democracia brasileira, além de seus pronunciamentos e atos durante a pandemia que configuram crimes contra a saúde pública.

Enfim, é uma longa lista de crimes contra o livre exercício dos poderes constitucionais, contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, contra a segurança interna do país e contra a probidade administrativa.

Assista ao vídeo: