Com discurso fascista, Bolsonaro não apresenta políticas para Amazônia na ONU


O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura dos debates da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24), em Nova York (EUA), foi marcado por um viés ideológico fascista e não apresentou propostas para a crise ambiental da Amazônia. O presidente focou o discurso em temas ideológicos e chegou a declarar que o Brasil vivia um regime de tipo “socialista”.

Sobre as queimadas na Amazônia, que chocaram o mundo inteiro, se limitou a repetir o chavão que o governo brasileiro é quem mais cuida da Amazônia.”o Brasil é um dos países que mas protege o meio ambiente, só usamos 8% do nosso território para a agricultura”.

O presidente Bolsonaro também reclamou do que chamou de ataques sensacionalistas causados, segundo ele, pela mídia mundial. “Ataques sensacionalistas despertaram nos brasileiros o sentimento patriota. Existem queimadas provocadas por índios e população local. É uma falácia dizer que a Amazônia é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com espírito colonialista. Questionam aquilo que nos é mais sagrado, a nossa soberania”, afirmou.

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“Meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente. A Amazônia não está sendo devastada nem consumida pelo fogo, como diz mentirosamente a mídia”, protestou.

Sobre o tema da Assembleia-Geral da ONU deste ano que propõe “Reunir esforços multilaterais para erradicação da pobreza, educação de qualidade, ações climáticas e inclusão”, o presidente não apresentou propostas de combate à pobreza e ao desemprego, ações educacionais inclusivas e, principalmente, propostas para conter a crise ambiental da Amazônia.

Durante o discurso, Bolsonaro abusou também de velhos chavões da extrema-direita como “a defesa da família”, o “combate à corrupção e a criminalidade” a “liberdade econômica para o ambiente de negócios”, o “programa privatizações para diminuir o estado” e do combate à “ideologia” de esquerda que ameaça o futuro dos jovens.

Para quem dizia que os governos petistas atuavam na cena internacional com “viés ideológico”, Bolsonaro era um desses, seu discurso no plenário da ONU foi um amontoado de sandices da extrema-direita e raso como a tese do “terraplanismo”. Foi uma mistura do delírio com a demência fascista.

O Brasil encolheu…